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24-05-2005

A América Como Refem ?


Crónica da América

Volto hoje ao convívio dos amigos (e inimigos) do PT e do Canal 20, depois de uns dias ao sol da Florida, nas areias fulvas de Cocoa Bech, à vista dos foguetões de Cabo Canaveral. Fiz silêncio comunicatório, e procurei esquecer o mundo e as suas dores de barriga, pois que a vida são dois dias, e este já vai na conta--como diz o meu vizinho de Agua de Pau. que e filósofo e diz coisas acertadas, como por exemplo,“Ora basta que sim !” A que eu respondo, parafraseando o “bossa” do “Puerto”, “Penso eu de que?”

Porém, o humo, comigo, é uma capa que não consegue esconder o que se passa nos saguões da vida, da política, da sociedade, da creça, da guerra, das conjuras, dos negócios, das armas, e daqueles de quem o meu “irmão” costumava dizer, que era mais fácil um camelo entrar pelo fundo duma agulha, do que eles serem recebidos por S. Pedro, no dia da sua partida para as férias grandes. Disse meu “irmão”, pois como ele era filho de Deus, e eu como de Deus sou filho, nesse caso somos irmãos. Ora basta que sim, como diria o meu meu vizinho.

E então, dir-vos-ei, irmãos, que esta manhã, ao ler a crónica de Paul Krugman, no New York Times , fiquei impressionado com a imagem que ele apresentou, de ver a América, esta nação grande, democrática e rica, presa como refem , pelos terroristas no Iraque. E, pensando bem parece que o cronista do “Times”tem a sua razão. Neste momento, a América está sequestrada no Iraque, e não pode sair desse atoleiro de sangue e raiva religiosa. Nem avança nem recua. Esta presa, e vai perdendo homens todos os dias , enquanto os iraquianos estão à beira da guerra civil. Os três grupos, Shiitas, Sunnis e Kurdos, não se entendem, nem entendem o regime democrático que nós lhes fomos dar, ou impor. O prestígio da America, não só no mundo islâmico, mas praticamente em todo o mundo democrático, nunca esteve tão por baixo. Os recrutadores militares, já não encontram gente para repor os soldados que estao morrendo no Iraque. Com excepção das bombas atómicas ou inteligentes, não temos gente para fazer frente seja a quem for. Ameaçamos o Irão e a Coreia do Norte, se eles fossem para a frente com as pesquisas atómicas, e o que fizeram eles? Foram mesmo para a frente e sem medo. Contávamos com a China, para nos ajudar na Coreia, e o que fez a china ? Fez-nos um manguito.Tanto o Irão como a Coreia do Norte, sabem que estamos atolados na lama do Iraque, e que não podemos sair de lá tão cedo. Não podemos voltar as costas ao inimigo. Ninguem quer tomar a responsabilidade de uma retirada desordenada, como no Vietname.. Ninguem quer dizer aos pais dos soldados mortos, que seus filhos morreram em vão. E ninguem quer ser acusado pelo governo, sempre pronto a impugnar o patriotismo dos oponentes, de anavalharmos as tropas pelas costas .

E as forças americanas, nao apenas estão como reféns no Iraque, mas deteriorando lentamente.Toda a missão está reduzida presentemente a guardar, e mal, a estrada entre Bagdade e eo aeroporto. É impossível derrotar as guerrilhas invisiveis, que surgem de qualquer esquina e semeiam a destruição e a morte entre os americanos e os que procuram ser recrutados para as forças do exército e da policia..Nesta triste situação, que ameaças podemos nós fazer contra a Coreia do Norte ou o Irao? E em cada ano que a guerra durar, o nosso exército vai ficando cada vez mais dessorado. O número de soldados mortos, já ultrapassou as l.600, fóra os feridos, estropiados e doentes fisicos e mentais.

E o croinista do ”Times” conclui: “Não advogo uma retirada imediata, mas temos de dizer ao govêrno iraquiano, que a nossa estadia tem um tempo limite, e que eles têm de encontrar a maneira de se governarem por si próprios. Algo tem de ser feito. Ou precisamos de um maior exército, para o que é necessário estabelecer o recrutamento obrigatório, ou temos de encontrar uma maneira de sair do Iraque.”

Como vêem os amigos e os (inimigos tambem), não é fácil descalçar esta bota. Nem é fácil fazer humor com um presidente que não quis ouvir os conselhos dos homens de boa vontade, tanto aqui como à volta do mundo.A arrogância com que se fardou de aviador, para declarar “Missão Cumprida”,culminou neste desastre de sangue e lágrimas, que poderia ter sido evitado. E foi este o triste culminar da nossa breve vilegiatura, apanhando banhos de sol, sobre as areias fulvas da Florida.

Manuel Calado*
*Jornalistas nos EUA


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